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O peso desses dois talentos

  • Writer: Denis Carvalho
    Denis Carvalho
  • Mar 24, 2023
  • 3 min read

Interior. Noite.


Mais uma sexta-feira que, ok, não foi tão como as outras. Geralmente eu fico o dia todo trabalhando dentro de casa. Aliás, acordo cedo, faço o café enquanto assisto uma aula dos vários cursos de roteiro que venho fazendo ao mesmo tempo e depois trabalho, em casa.


Mas hoje foi diferente. Contra todos os meus instintos principais, o trabalho me obrigou a sair de casa. Tive que interagir com pessoas o tempo todo, mas não foi tão ruim quanto é na minha cabeça. Aliás, não foi nada ruim. Talvez seja por isso que, finalmente, escolhi um filme para assistir hoje.


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Dificilmente escolho um filme em casa. Ultimamente, só episódios de séries para colocar em dia ou começar alguma nova. Desde adolescente eu já olhava para essas produções não mais com um olhar de espectador, mas analisando tudo... era pesquisa, referências. Hoje em dia então, mais ainda!


A empolgação de um bom dia me levou a quebrar essa rotina ao chegar em casa: “Série? Not this time!” A ideia de um filme soou muito interessante de imediato – apesar de tentar abolir essa palavra após assistir Capitão Fantástico. Porém, se tornou um ponto sem volta, quando já de imediato, o primeiro filme que me veio à cabeça foi O Peso do Talento. Ha! Já era!


Preparei tudo o que a obra merecia, o kit completo. Chocolate, uma latinha de Pepsi (sim!) e um tantinho de batata frita para substituir a pipoca que acabou durante a semana. E foi dado o play... Merda!


Já com pouquíssimos minutos, o conflito. “Essa p**** é incrível! O que eu estou fazendo tentando escrever uma série já logo de cara??? Eu preciso escrever isso! Eu preciso fazer isso! F***** movies!” (perdão pelo linguajar, mas acabei de assistir um filme do Nicolas Cage)


A terceira parte da maratona involuntária de Pedro Pascal nem tinha começado ainda – pois ele não tinha aparecido no filme – e eu já estava questionando todas as minhas decisões recentes da vida.


O bromance hilário, insano, cheio de reviravoltas e tão bem construído entre Cage, interpretando a si mesmo, e Pascal, dando vida a um membro de um cartel de drogas que é fã de Cage e quer fazer um filme com seu ídolo, é o tipo de filme que vale a pena ser visto. Por quê? Olha só o que eu acabei de contar! É uma história que eu nunca iria imaginar, mas a partir do momento que soube que existe, precisava saber como se desenvolve, como acaba. É daquelas que eu já sei que vai ser boa mesmo antes de assistir. E isso significa muito pra mim.


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Na minha prateleira ainda tem uma sessão “Nick Cage Temperatura Máxima”, com A Rocha, A Outra Face, Con Air, 60 Segundos, 8 Milímetros. Cresci assistindo e reassistindo esses clássicos. Essa semana já vi Pascal em The Mandalorian, apresentando o Saturday Night Live, hoje no filme e amanhã ainda tem The Last of Us. É o passado e o presente se fundindo, o cara de ontem e o cara de hoje, gritando loucamente na minha cabeça: “É tudo sobre a história, cara! É só isso que importa”.


E ali estava eu, já no terceiro ato, rendido completamente, aceitando que tudo o que eu vinha planejando, escrevendo, focando nas últimas semanas não ia dar em nada... Não pelo menos agora.

Que as histórias que eu deveria contar agora são outras. Que o jeito e os motivos são outros, afinal, a cada epifania ao longo do filme, era uma catarse que com certeza somava uma pecinha no quebra-cabeça da resposta para a pergunta sobre qual é o sentido da vida. Da minha vida.


Eu não sei quanto tempo esse sentimento vai durar. Só sei que são mais de 1h30 da manhã de um dia longuíssimo, e estou aqui, terminando de escrever esse texto, logo após assistir o filme, e que nem tinha a pretensão de fazê-lo. Mas eu não podia deixar passar. Eu já tinha planejado, esperado, deixado passar tanto tempo antes de escrever a primeira crônica desse blog. Tudo o que eu senti eu sei que não foi por acaso. Uma história bem contada faz isso. Nos faz sentir, nos inspira. E eu estava precisando dessa inspiração muito específica, que mexesse onde mexeu. Talvez apenas estivesse faltando o peso desses dois talentos.


Estou de volta (não que tivesse ido a algum lugar)!

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Sobre mim

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Denis Carvalho é roteirista, diretor e produtor. Agora, aparentemente, virou blogueirinho de crônicas engraçadinhas e brisas filosóficas questionáveis sobre os filmes e séries que incansavelmente assiste.

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